Qual a diferença entre tática e estratégia? Você sabe a diferença?
Perguntei para o chat gpt e ele me respondeu exatamente isso:
Mas será que esse é o conceito final? Será que não existem outras formas de interpretação para os conceitos de estratégia e tática?
A distinção entre estratégia e tática tem várias camadas e interpretações, que se adaptam dependendo do contexto e da perspectiva. Vamos explorar algumas variações desses conceitos:
Perspectiva Clássica: Em negócios e teoria militar, a estratégia é a visão de longo prazo que orienta a organização, e as táticas são os movimentos específicos para alcançar essa visão. Esse entendimento é útil, pois ajuda a separar o planejamento abrangente (estratégia) das ações diárias (táticas).
Perspectiva Flexível: Em ambientes ágeis e criativos, como startups ou marketing digital, a linha entre tática e estratégia pode se tornar mais fluida. Aqui, as estratégias podem ser adaptativas, mudando com a resposta do mercado, e as táticas podem ter um caráter experimental, sendo testadas e ajustadas continuamente. Dessa forma, a estratégia se torna mais um conjunto de hipóteses a serem validadas do que um plano fixo, e as táticas podem influenciar diretamente a estratégia.
Perspectiva Sistêmica: Em um contexto de sistemas, estratégia e tática são vistos como partes de um todo dinâmico. A estratégia não existe isolada das táticas; ao invés disso, uma tática bem-sucedida pode influenciar a estratégia. Nesse modelo, a estratégia não é algo rígido, mas se molda à medida que se aplicam as táticas.
Interpretação Evolutiva: Em projetos pessoais ou iniciativas criativas, a estratégia pode ser um guia emocional ou intuitivo (como uma visão inspiradora), enquanto as táticas são os passos concretos que vão desenvolvendo e ajustando essa visão.
Essas "perspectivas" são mais como rótulos práticos que ajudam a gente a visualizar como as pessoas — de diferentes áreas e contextos — interpretam esses conceitos. Afinal, estratégia e tática são discutidas por pensadores e profissionais de várias áreas, como Henry Mintzberg (com sua ideia de estratégias emergentes), a galera da gestão ágil, os teóricos dos sistemas como Peter Senge, entre outros. Cada um deles trouxe uma camada nova de interpretação.
E além desses rótulos criados por pensadores e aceito pelas pessoas do seu tempo, ainda existem os rótulos e as perspectivas criadas particularmente dentro de grupos. De diversos tamanhos e contextos, esses grupos tem a liberdade para dar o valor e o entendimento que bem entender para determinado conceito.
A estratégia, por exemplo, pode ser supervalorizada em um grupo, e subvalorizada para outro.
Sendo assim, para evitar possíveis desconfortos, mas principalmente, para gerar entendimento e alinhamento, é importante definir junto a seu cliente, os conceitos que serão abordados durante todo o projeto, como por exemplo estratégia e tática. Deixa claro qual o peso que a estratégia tem no início do projeto, que se alguma parte deixar de ser realizada o resultado final pode não ser o esperado. Para deixar isso ainda mais claro, vamos pensar em um exemplo de criação de um podcast. Imagine que um especialista, muito entusiasmado em explorar temas complexos e com bastante conteúdo, contrate um consultor de marketing digital para ajudá-lo a planejar o lançamento. Para o especialista, a estratégia é desenvolver um conteúdo profundo e educativo, que posicione o podcast como referência em seu nicho. Ele quer discussões detalhadas, sem pressa e sem a pressão de popularidade.
Mas, do outro lado, o consultor de marketing digital tem outra visão sobre o que “estratégia” significa aqui. Para ele, é importante atrair ouvintes desde o começo, e por isso ele sugere temas populares e uma linguagem mais acessível e descontraída. Afinal, se ninguém ouvir, de que adianta tanto conteúdo denso, certo? O especialista, por sua vez, se sente um pouco desconfortável com a ideia de diluir o conteúdo que ele acha tão importante.
Nessa hora, o que poderia ser uma divergência desgastante pode se transformar em uma oportunidade de alinhamento. É o momento de se sentarem e conversarem sobre o que realmente significa a “estratégia” para cada um e de onde vêm essas perspectivas diferentes. Talvez o equilíbrio esteja em um meio-termo: conteúdo que atraia o público, mas que também respeite a visão de profundidade do especialista.
No fim, qualquer projeto, seja ele um podcast ou qualquer outra criação, se desenvolve melhor quando cada passo é dado com tempo, entrega e respeito ao processo de entendimento de todos os envolvidos. Esse caminho colaborativo torna o trabalho mais agradável e, além de tudo, mais eficaz. E, se você é o estrategista que está apresentando a ideia ao cliente, lembre-se: entender as percepções e vender bem sua proposta pode fazer toda a diferença. No exemplo do especialista em podcast, existe algo interessante: ele acredita que tem uma estratégia bem definida, mas, na verdade, ele ainda não traçou um plano de longo prazo. A ideia de um conteúdo profundo e educativo é uma excelente visão, mas para realmente ser uma estratégia, ela precisa responder algumas perguntas essenciais: Onde queremos chegar? Qual o objetivo final do podcast? Sem essas respostas, o que temos é mais uma intenção do que uma estratégia propriamente dita.
Uma estratégia, como diz a definição, é o mapa que orienta todas as ações e considera o cenário maior. Nesse caso, o especialista ainda não definiu os objetivos maiores nem estabeleceu o caminho que deve ser seguido para alcançá-los. Ele não analisou o contexto de mercado, as oportunidades e os riscos que o podcast enfrentará. E, sem isso, as decisões sobre o conteúdo e o tom ficam soltas, sem direcionamento claro.
Como o consultor pode ajudar a definir a estratégia de forma muito clara?
Primeiro, o consultor deve guiar o cliente a estabelecer objetivos específicos e de longo prazo para o podcast. Ele pode começar com perguntas como: Esse podcast será apenas uma ferramenta de compartilhamento de conhecimento? Ou ele deverá, em algum momento, gerar receita direta? Qual é o público-alvo exato? Qual impacto esperamos ter nesse público? Essas questões ajudam o especialista a sair de uma visão vaga e entrar em um planejamento estratégico.
Depois, é importante que o consultor e o cliente estabeleçam uma estrutura clara de ações táticas para dar vida à estratégia. As táticas, nesse caso, são os passos concretos e práticos que ajudam a concretizar o objetivo maior. Se o objetivo estratégico é conquistar uma audiência fiel e engajada, as táticas podem incluir ações como criar conteúdos iniciais mais leves e acessíveis, estabelecer um cronograma de postagens consistente, e buscar parcerias com outros podcasts de nicho. Cada uma dessas táticas não apenas aproxima o projeto do seu objetivo, mas também oferece um teste prático para ajustar a estratégia ao longo do tempo, observando o que ressoa mais com o público.
Dessa forma, o consultor passa de um simples executor para um parceiro estratégico e tático do cliente. Ele orienta o especialista não apenas no “o que fazer” (estratégia), mas também no “como fazer” (táticas) que sustentam essa visão de longo prazo, alinhando expectativas e trazendo um caminho mais direcionado para o sucesso do podcast.
Reflexão final: Para quem tem uma visão clara do que quer construir, mas não está familiarizado com as estratégias e táticas para chegar lá, o apoio de um consultor de marketing digital pode ser decisivo. É ele quem transforma ideias em planos estruturados e ações práticas, guiando o projeto por cada etapa e considerando tanto os desafios quanto as oportunidades. Ter um consultor ao lado pode parecer um detalhe, mas, na prática, ele ajuda a tornar a visão possível, acessível e sustentável.
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